A segunda semana do saveiro de vela de içar foi instalada no Armazém 1 da Codeba, no bairro do Comércio, tendo como pano de fundo uma grande exposição do artista Bel Borba, juntamente com um pequeno número de fotografias de saveiros feitas por profissionais e amadores da cidade do Salvador. As imagens foram doadas para a Associação Viva Saveiro com o fim de arrecadar recursos e cada vez mais manter vivo os projetos da instituição. Era consenso entre alguns participantes da mostra que as obras de Bel Borba estavam muitos bonitas, mais o evento precisava de uma presença maior de assuntos relacionados ao verdadeiro objeto da exposição que é o saveiro de vela de içar, pois os vídeos, fotos e miniaturas de saveiros e canoas não teve o destaque merecido.
O melhor é que os visitantes puderam ter um contato muito estreito com os mestres saveiristas e claro, aproveitei bem a oportunidade conversando com Jorge, mestre do Sombra da Lua e seu João Merico dono do saveiro Novo Cruzeiro e ex proprietário do Vencedor das Lutas, que me contou um história sensacional sobre a propriedade e o batismo dos barcos.
Sabemos que no meio da vela quando se compra um barco e este já possui um nome o novo proprietário mantém o nome ou coloca um novo como forma de manter um vínculo de amor com o mesmo. Quando fiz a pesquisa de proprietários e nomes de saveiristas de Bom Jesus dos Pobres em 2002, percebi que muitos saveiros receberam mais de um registro.
Pois bem, a história de seu João Merico é a seguinte: Ele comprou o Quero Shell saveiro de carga de propriedade inicial de seu Orlando de Bom Jesus dos Pobres que tinha como atividade econômica a distribuição de latas de querosene por toda a Baia de Todos os Santos, de Candeias até a cidade de Cachoeira, passando por Santo Amaro, Salinas das Margaridas e a Ilha de Itaparica e foi imediatamente para a Capitania dos Portos batizá-lo com o nome que até hoje possui, o tal Vencedor das Lutas de propriedade atual de seu Lindú da Enseada de São Roque. Pois bem as gargalhadas seu João Merico conta que até hoje, passado mais de vinte anos o barco ainda é conhecido como Quero Shell. Todos os saveiristas e moradores da região do Paraguaçu só chamam o barco pelo primeiro nome. Infelizmente seu Orlando que teve mais dois saveiros de nome Camacã e Novo Camacã, já faleceu. Da próxima vez que eu for a Bom Jesus dos Pobres, tomarei umas duas canjibrinas com seu filho Orlandinho e contarei essa história maravilhosa.
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